A indústria de máquinas pesadas está em transição. O modelo de receita baseado exclusivamente na venda de equipamentos vem perdendo força, abrindo espaço para a Economia da Servitização: a transformação de produtos em serviços recorrentes, como contratos de manutenção conectada, uptime garantido e até modelos Equipment-as-a-Service (EaaS).
Essa mudança é impulsionada pela IoT, que conecta ativos, gera dados confiáveis e viabiliza novos modelos de negócio baseados em desempenho. Para fabricantes, locadoras e grandes usuários de máquinas pesadas, a servitização não é apenas uma tendência global, mas uma estratégia de competitividade e resiliência.
O que é a Economia da Servitização em Máquinas Pesadas
A servitização pode ser vista em três etapas:
- Serviços tradicionais: peças de reposição e contratos de manutenção.
- Serviços conectados: telemetria, contratos de desempenho e uptime garantido.
- Modelos “as-a-Service”: pagamento por uso, disponibilidade ou resultado entregue.
Embora o conceito de pay-per-use ainda seja incipiente, já há sinais de crescimento: segundo o IoT Analytics, em 2023, menos de 1% dos equipamentos vendidos globalmente foram comercializados em modelos EaaS.
O mercado global de EaaS foi avaliado em US$ 1,51 bilhão em 2023 e pode chegar a US$ 27,8 bilhões até 2030, com CAGR de 53% (Grand View Research).
O Contexto Brasileiro
No Brasil, o setor de máquinas vem enfrentando volatilidade. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) registrou queda acumulada de faturamento em 2023 e 2024, com apenas uma recuperação parcial em abril de 2025, quando as vendas internas de máquinas e equipamentos cresceram 14,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Esse cenário reforça porque fabricantes e locadoras buscam a servitização: ela oferece receitas recorrentes e previsíveis, que ajudam a mitigar crises cíclicas.
IoT: O Motor da Servitização
Nenhum modelo de servitização funciona sem dados confiáveis. É a IoT, combinada com telemetria e analytics, que possibilita monitoramento remoto, manutenção preditiva e contratos baseados em disponibilidade.
Estudos indicam que:
- A manutenção preditiva pode reduzir custos de manutenção em até 10% e aumentar a disponibilidade dos ativos em até 20% (Deloitte).
- Casos práticos relatam ganhos semelhantes: uma empresa de manufatura obteve 25% de redução nos custos de manutenção e 30% de aumento no uptime após adotar IoT e IA para manutenção preditiva (Techseria).
Esses números comprovam como a telemetria não só melhora a eficiência, mas também viabiliza contratos de uptime garantido — exatamente o que a servitização exige.
Exemplos Globais de Servitização em Máquinas Pesadas
Grandes fabricantes já estão se reposicionando:
- Caterpillar: definiu a meta de alcançar US$ 28 bilhões em vendas de serviços até 2026, dobrando a participação de serviços em sua receita (Caterpillar Strategy).
- Volvo Construction Equipment: expandiu os contratos conectados para integrar telemetria e monitoramento remoto para reduzir paradas não planejadas.
- Komatsu: registrou crescimento de 44% em sua suíte digital Smart Construction entre 2023 e 2024, agregando SaaS e inteligência de dados às operações de seus clientes (Komatsu Newsroom).
Esses casos confirmam que a servitização é uma realidade em curso, não apenas uma tendência.
Roadmap para Fabricantes e Locadoras
O caminho para a servitização pode ser estruturado em etapas:
- Diagnóstico dos ativos críticos e das condições de uso.
- Serviços conectados com telemetria e manutenção baseada em dados.
- Contratos de uptime garantido, baseados em KPIs de confiabilidade.
- Pilotos de EaaS, em ativos padronizados com uso intensivo.
Esse roadmap permite que fabricantes e locadoras ganhem eficiência, fidelizem clientes e construam novas fontes de receita recorrente.
O Papel da Effortech
A Effortech já habilita fabricantes, locadoras e operadores a entrarem na economia da servitização. Com 500 mil dispositivos IoT implementados, cobertura global via satélite e mais de 12 anos de experiência, a empresa garante conectividade Always On e inteligência preditiva, pré-requisitos para a oferta de uptime como serviço.
Conclusão
A servitização deixou de ser um conceito futuro e já é realidade para líderes globais do setor. Para quem atua em máquinas pesadas no Brasil, a combinação de IoT, telemetria e inteligência analítica é o caminho para sair da venda de ativos e entrar no negócio de entregar resultados.
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